O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE SEGUNDA MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS.
CAPÍTULO I. DOS ESPÍRITOS. FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS.
Os
Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante aos nossos
olhos, mas não aos dos Espíritos puros. Eles são, se o quisermos uma flama, um
clarão ou uma centelha etérea.
Esta flama
ou centelha tem alguma cor para nós, e ela varia do escuro ao brilho do rubi,
de acordo com a menor ou maior pureza do Espírito.
Comentário de Kardec: Representam-se
ordinariamente os gênios com uma flama ou uma estrela na fronte. É essa uma
alegoria, que lembra a natureza essencial dos Espíritos. Colocam-na no alto da
cabeça, por ser ali que se encontra a sede da inteligência.
Os
Espíritos gastam algum tempo para cruzar o espaço, porém, mas rápido como o
pensamento.
O pensamento
é a própria alma que se transporta. Quando o pensamento está em alguma
parte, à alma também o está, pois é a alma que pensa. O pensamento é um
atributo.
O Espírito
que se transporta de um lugar a outro tem consciência da distância que percorre
e dos espaços que atravessa, e é subitamente transportado para onde deseja ir. O Espírito pode perfeitamente, se o quiser,
dar-se conta da distância que atravessa, mas essa distância pode
também desaparecer por completo; isso depende da sua vontade e também da
sua natureza, se mais ou menos depurada.
A matéria
não oferece obstáculos aos Espíritos; eles penetram tudo; o ar, a terra,
as águas, o próprio fogo lhes são igualmente acessíveis.
Os
Espíritos têm o dom da ubiquidade, porém não pode dividir-se ou estar ao mesmo
tempo em vários pontos; mas cada um deles é um centro que irradia
para diferentes lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares ao
mesmo tempo. Vês o sol, que não é mais do que um, e, não obstante, irradia
por toda parte e envia os seus raios até muito longe. Apesar disso, ele
não se divide.
Nem todos os
Espíritos irradiam com o mesmo poder; o poder de irradiação depende do
grau de pureza de cada um.
Comentário de Kardec: Cada
Espírito é uma unidade indivisível; mas cada um deles pode estender o seu
pensamento em diversas direções, sem por isso se dividir É somente nesse
sentido que se deve entender o dom de ubiquidade atribuído aos Espíritos. Como
uma fagulha que projeta ao longe a sua claridade e pode ser percebida de todos
os pontos do horizonte. Como, ainda, um ser humano que, sem mudar de lugar e
sem se dividir, pode transmitir ordens, sinais e produzir movimentos em
diferentes lugares.
BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.