O LIVRO DOS ESPÍRITOS. PARTE QUARTA. ESPERANÇAS E
CONSOLAÇÕES. CAPÍTULO I. PENALIDADES E PRAZERES TERRENOS. MEDO DA MORTE.
A preocupação
com a morte é para muitas pessoas uma causa de terror; mas é porque desconhecem
o futuro pela frente. Uma coisa devemos saber que nem todas tem o conhecimento
Espiritual sobre a morte do corpo físico, e que o Espírito é eterno.
Muitas das religiões acabam persuadindo as pessoas desde cedo, de que há um inferno e um
paraíso, sendo mais certo que elas vão para o inferno, pois lhes ensinam que
aquilo que pertence à própria Natureza é um pecado mortal para a alma. Assim,
quando se tornam grandes, se tiverem um pouco de raciocínio, não podem admitir
isso e se tornam ateus ou materialistas. É dessa maneira que são levados a crer
que nada existe além da vida presente. Quanto aos que persistiram na crença da
infância, temem o fogo eterno que deve queima-los sem os destruir. A morte do
corpo físico para quem tem o conhecimento espiritual não inspira nenhum
temor ao justo, porque a fé lhe dá a certeza do futuro, e a esperança lhe
acena com uma vida melhor e a caridade, cuja lei praticou. Lhe dá
a segurança de que não encontrará, no mundo em que vai entrar, nenhum ser
cujo olhar ele deva temer.
Comentário de Kardec: O ser humano mais ligado à vida corpórea
do que à vida espiritual, tem na Terra as suas penas e os seus prazeres
materiais. Sua felicidade está na satisfação fugidia de todos os seus desejos.
Sua alma, constantemente preocupada e afetada pelas vicissitudes da vida,
permanece numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o amedronta, porque
ele duvida do futuro e porque acredita deixar na Terra todas as suas afeições e
todas as suas esperanças.
O ser humano moral, que se elevou acima das
necessidades artificiais criadas pelas paixões tem desde este mundo, prazeres
desconhecidos do ser material. A moderação dos seus desejos dá ao seu Espírito
calma e serenidade. Feliz com o bem que fez não há para ele decepções e as
contrariedades deslizam por sua alma sem lhe deixarem marcas dolorosas.
Há muitas pessoas e numerosas que acharão estes
conselhos de felicidade um pouco banais, não verão neles o que chama
lugares-comuns ou verdades cediças, e não dirão, por fim, que o segredo da
felicidade consiste em saber suportar a infelicidade.
Mas muitas delas são como certos doentes aos
quais o médico prescreve a dieta: desejariam ser curados
sem remédios e continuando a entregar-se aos excessos.
BIBLIOGRAFIA. O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
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