sábado, 30 de setembro de 2017

PERDA DE PESSOAS AMADAS.

PARTE QUARTA. ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES. CAPÍTULO I. PENALIDADES E PRAZERES TERRENOS. PERDA DE PESSOAS AMADAS.

A perda de entes queridos vem a ser uma causa de sofrimento onde atinge tanto o rico como o pobre: é uma prova de expiação e lei para todos. Mas serve de consolação saber que poderemos um dia nos comunicar com os nossos amigos e parentes pelos meios de que dispomos, enquanto esperamos o aparecimento de outros mais diretos e mais acessíveis aos nossos sentidos.
A opinião das pessoas que consideram as comunicações  do além-túmulo como uma profanação, podemos dizer que não pode haver profanação quando há recolhimento e quando a evocação é feita com respeito e decoro. O que o prova é que os Espíritos que nos são afeiçoados se manifestam com prazer, sentem-se felizes com a nossa lembrança e por conversarem conosco. Profanação haveria se as evocações fossem feitas com leviandade.
Comentário de Kardec: A possibilidade de entrar em comunicação é uma bem doce consolação, que nos proporciona o meio de nos entretermos com os parentes e amigos que deixaram a Terra antes de nós. Pela evocação, eles se aproximam de nós, permanecem do nosso lado, nos ouvem e nos respondem. Não existe mais, por assim dizer, separação entre nós e eles, que nos ajudam com os seus conselhos, nos dão testemunhos da sua afeição e do contentamento que experimentam por nos lembrarmos deles.  É para nós uma satisfação sabê-los felizes e aprender através deles os detalhes da sua nova existência, adquirindo a certeza de um dia, por nossa vez, nos juntarmos a eles.
As dores inconsoláveis dos que ficam na Terra afetam os Espíritos que partiram, porque o Espírito é sensível a lembrança e às lamentações daqueles que amou, mas uma dor incessante e desarrazoada o afeta penosamente, porque ele vê nesse excesso uma falta de fé no futuro e de confiança em Deus, e por conseguinte um obstáculo ao progresso e talvez ao próprio reencontro com os que deixou.
Comentário de Kardec:  Estando o Espírito mais feliz do que na Terra, lamentar que tenha deixado esta vida é lamentar que ele seja feliz. Dois amigos estão presos na mesma cadeia; ambos devem ter um dia à liberdade, mas um deles a obtém  primeiro. Seria caridoso que aquele que continua preso se entristecesse por ter o seu amigo se libertando antes? Não haveria de sua parte mais egoísmo do que afeição, ao querer que o outro partilhasse por mais tempo do seu cativeiro e dos seus sofrimentos?  O mesmo acontece entre dois seres que se amam na Terra.  O que parte primeiro foi o primeiro a se libertar e devemos felicitá-lo por isso, esperando com paciência o momento em que também nos libertaremos.
Faremos outra comparação. Tendes um amigo que, ao nosso lado, se encontra em situação penosa. Sua saúde ou seu interesse exige que vá para outro país, onde estará melhor sob  todos os aspectos. Dessa maneira, ele não estará mais ao nosso lado, durante algum tempo. Mas estaremos sempre em correspondência com ele. A separação não será mais que material. Ficareis aborrecido com o seu afastamento, que é para o seu bem?
A doutrina espírita, pela s provas patentes que nos dá quanto à vida futura, à presença ao nosso redor dos seres aos quais amamos, à continuidade da sua afeição e da sua solicitude, pelas relações que nos permite entreter com eles, nos oferece uma suprema consolação, numa das causas mais legitimas de dor. Com o Espiritismo, não há mais abandono. O mais isolado dos seres humanos tem sempre amigos ao seu redor, com os quais pode comunicar-se.
Suportamos impacientemente as tribulações da vida. Elas nos parecem tão intoleráveis que supomos não as poder suportar. Não obstante, se as suportarmos com coragem, se soubermos impor silêncio às nossas lamentações, haveremos de nos felicitar quando estivermos fora desta prisão terrena, como o paciente que sofria se felicita, ao se ver curado, por haver suportado com resignação um tratamento doroso.
BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS.


Nenhum comentário:

Postar um comentário